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Japão

Japão

Por Fábio Porchat

O Japão é um dos lugares que mais amei e fiquei feliz de ter conhecido. E, curiosamente, nunca planejei ir. Fui a trabalho. Duas vezes. Se tem um termo que pode resumir minha experiência por lá, e acho que de qualquer ocidental que o conheça pela primeira vez é: curioso. Tudo, tudo por lá desperta seu interesse e te fascina. E isso já fica claro logo que você pisa no país. A cultura já causa um fascínio e estranhamento. Era diferente de tudo que eu tinha vivido. E foi exatamente isso que me conquistou tanto por lá e me deixou com vontade de voltar. Quantas vezes der.

Fiquei lá no Japão pouco mais de 1 semana e conheci três cidades: Tóquio, Nagoya e Quioto. Mais à frente falo um pouquinho sobre cada uma e o que achei. Acho que uma coisa importante a ser dita, alguns vão me xingar pela obviedade, é que para chegar lá é uma viagem longa e cansativa. Então se for para ir, é para, no mínimo, ficar 1 semana. Outra que também envolve esse tema é o preço. O Japão é um destino caro – tanto para chegar quanto para se viver por lá. Vá preparado. Se não me engano, agora o iene (moeda local) está mais equiparado com o dólar. Quando fui, era até mais caro.

Outra coisa que perguntam muito sobre lá é sobre o idioma. Você diz que não vai a algum lugar pois não fala inglês? Sofre para se comunicar? Vá para o Japão. Praticamente ninguém fala inglês no Japão, só funcionários de rede internacional de hotéis ou em um ou outro restaurante mais caro e, mesmo assim, básico. Pelo que me explicaram, os japoneses seguem uma premissa de só fazer algo que eles consigam fazer bem, logo, ninguém fala inglês. E eles não entendem nossos gestos e símbolos. Exemplo: queria beber uma água um dia à noite. Fui na recepção do hotel, onde não me entenderam. Saí e fui para um bar. Tentei de tudo quanto é jeito e pronunciando de tudo quanto é jeito “water”. Até apelei para “água!”.

Fiz o famoso gesto de bebida. Dormi essa noite com sede. Se comunicar vai ser sempre uma aventura. Hoje em dia, com celulares com tradutores e etc, fica bem mais fácil. Quando fui não tinha muito disso ainda. Outra história foi quando peguei um táxi. Entrei no carro, a porta abre automaticamente, entreguei o cartão do hotel ao motorista (essa é uma dica boa. Sempre carregar um cartão com endereço), ele chegou no hotel, apontou para o taxímetro, paguei e saí sem que trocássemos uma palavra sequer.

Mas isso tudo ocorre sem problema nenhum. Eles são muito corretos e honestos. Não existe a menor chance de te sacanearem ou passarem a perna. A educação deles é quase que uma atração à parte. Nunca atravessam fora da faixa. Mesmo. As três da manhã eles obedecem ao sinal de pedestres. E descobri que as pessoas de máscara não são esquisitas, são pessoas doentes querendo evitar um contágio. Lá é muito seguro. É mais provável que você assalte um japonês. O mendigo de lá não pede dinheiro, te oferece.

Outra coisa que vale ressaltar é sobre a comida. E lá, ela é simplesmente maravilhosa. Restaurantes são excelentes! Tóquio é a cidade com maior número de casas com estrelas Michelin por metro quadrado. E já digo que essa que a gente ouve de “comida japonesa lá é bem diferente” não é bem verdade. Você tem sashimi e sushi, só que servidos em muito menor quantidade. Por exemplo: um prato de almoço é composto por 6 sashimis e 5 sushis. Ponto. É como uma entrada, ou um lanchinho, para você comer mais depois. Não essa coisa de se empanturrar aqui do Brasil. Eu sempre ia nos restaurantes e pedia mais pratos para o desespero dos garçons e cozinheiro. Contei para alguns sobre nosso rodízio e eles riram achando surreal. O “lamen” é muito popular por lá (NÃO É MIOJO!). É uma espécie de sopinha com macarrão e ovo. Pode ter porco, frango ou frutos do mar. E, claro, tem também o “wagyu”. Mas é difícil encontrar um restaurante que sirva todos essas opções. Em geral eles costumam se dedicar a um só.

Moderno e tradicional, o Japão é um lugar para abrir sua cabeça e que chega a te desnortear, tamanha a quantidade de coisas únicas e novas que você vai ver e viver por lá. Mas se eu tenho uma dica principal é a seguinte: se algo no Japão despertar sua curiosidade, vá! É um lugar pra mudar sua cabeça, concepções e percepções. E você nunca vai se arrepender.

DICAS

  • A moeda lá é o iene. É uma moeda forte, que faz com que os preços por lá sejam bem altos. Vale se informar bem sobre o câmbio.
  • Prepare seu tradutor de celular ou ande com um livrinho de frases. É raro encontrar quem fale um outro idioma e nossos gestos e sinais não são facilmente compreendidos por eles.
  • Eu fui durante o inverno, que é bem rigoroso, inclusive nevou. É um país que vive bem as estações. Verão não é forte para nossos padrões. Vale ficar alerta para a temporada de chuvas e tufões. A estação de chuva depende do lugar que você for na ilha. Lembre-se que o país é sujeito a possíveis terremotos.
  • O Japão requer um visto que precisa ser providenciado antes da viagem. No caso de uma viagem de menos de 90 dias você pode aplicar por um de curta permanência. Para consegui-lo você vai precisar do seguinte: passaporte válido; formulário de solicitação de visto preenchido e assinado de acordo com o passaporte; 1 foto recente tirada no máximo há 6 meses (4,5X4,5); cópia autenticada da identidade do requerente; cópia da passagem de ida e volta saindo do Brasil. Não é necessário, mas o comprovante de reserva ou voucher de hospedagem sempre ajudam
  • Link para o formulário do visto: http://www.br.emb-japan.go.jp/pdf/formulario_visto.pdf
  • Não é necessário o certificado de nenhuma vacina para entrar no país.
  • O Japão é um país milenar de cultura e hábitos muito tradicionais. Sempre prestar atenção para que você esteja respeitando as peculiaridades deles. Sem sabermos, um pequeno ato ou gesto nosso pode acabar sendo ofensivo.

Outros lugares para conhecer:

Fukuoka: Por lá você encontra um dos castelos mais bonitos e fascinantes do Japão. Uma fortificação erguida no alto de um morro como era comum entre os shoguns. A cidade é famosa por organizar vários festivais, em especial o Hakata Gion Yamakasa, com mais de 700 anos! Ele acontece em julho e dura cerca de 2 semanas. Há também a cidade do canal Hakata, uma espécie de cidade dentro da cidade toda entrecortada por canais e pontes.

Hiroshima: Cidade que ficou “famosa” ao ser devastada por uma bomba americana junto com Nagasaki. A cidade se reconstruiu e, hoje, se dedica a ser um símbolo da paz e memorial para os horrores da guerra. Você pode visitar o parque em memória das vítimas do bombardeio e os prédios ainda carbonizados.

Itsukushima: Ilha que é famosa por seu templo ao redor da ilha. Datado do séc. VIII, esse templo é um dos lugares mais fotografados do país. Ótimo para passear e conhecer a cultura dos templos. Você pode acessar de barco em Hiroshima.

Monte Fuji: Não é uma cidade mas vou incluir por ser o cartão postal do Japão. Apesar de poder ser visto de Tóquio ou no trajeto de trem entre a cidade e Quioto, você pode organizar tours e inclusive escalar o monte.

Nara: Durante séculos foi a capital cultural do Japão. Cidade respira história e é cheia de templos lindíssimos. É por lá que você encontra um Buda de bronze do séc. VIII, além de tesouros nacionais e inúmeras obras de arte.

Osaka: Cidade que tem o templo budista mais antigo do país. Mas a principal atração é o castelo de Osaka, a maior fortificação erguida no Japão.

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